Mostrando postagens com marcador saúde vocal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador saúde vocal. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A voz e o cantor

Origem: Wikipédia


A música, desde o início de sua história, foi considerada uma prática cultural e humana. Provavelmente, fruto da observação dos sons da natureza, despertou no homem, através do sentido auditivo, a necessidade e vontade de fazê-la. Defini-la não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o tempo e o som. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, ela já se modificou, já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Uma das maiores dificuldades em definir música tem sido o emprego dessa palavra na descrição de todas as atividades e elementos relacionadas aos sons organizados. Conceitos pré-definidos aplicam-se a práticas exploradas, esquadrinhadas, completamente conhecidas, o que não ocorre na música, que é infinita.
Na música, um cantor, vocal ou vocalista é um tipo de músico que canta, ou seja, usa a voz como instrumento musical para fazer música. Um cantor principal é aquele que canta as vozes primárias de uma música, ao contrário do cantor de apoio que canta vozes de apoio para uma música ou harmonia para o cantor principal.
Na música clássica e na ópera, as vozes são tratadas tal como instrumentos musicais.
As vozes são comumente classificados por gênero e extensão vocal, como se segue:
 Profissionais e sua voz 

Quando um cantor, no decorrer de seu trabalho vocal percebe que há "alguma coisa errada" com a emissão de seu som, questiona-se sobre o que estaria acontecendo com sua "garganta" e o que poderia estar prejudicando seu instrumento de trabalho.
O primeiro passo a ser feito é a consulta médico-clínica, para posterior encaminhamento ao médico-fonoaudiólogo.
Do ponto de vista funcional, cantar é essencialmente diferente do falar. As evidências indicam que seu controle central está em um local diverso no cérebro e os músculos do trato vocal movimentam-se de maneira distinta. Cantar também é uma forma de comunicação, e uma forma de expressão dos sentimentos. Em geral, temos um conceito pré-concebido de que através da fala nos comunicamos melhor e pelo canto nos expressamos artisticamente, como se pudéssemos separar na vida, uma metade racional para a fala e outra emocional para o canto, quando na realidade somos as duas partes concomitantes, onde podemos e devemos nos expressar e nos comunicar ao mesmo tempo.
Todos podemos cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O dom de cantar existe mas, em grande parte dos casos, as condições anatômicas e fisiológicas podem ser auxiliares importantes.
Quando o cantor procura um fonoaudiólogo , este profissional submete seu paciente às seguintes etapas:
  • Avaliação vocal do cantor;
  • Anamnese - Levantamento histórico do problema:
  • Exame físico
  • Exame de imagem
  • Tratamento proposto
  • Orientação quanto a saúde vocal
AVALIAÇÃO VOCAL DO CANTOR
Existem diferenças entre a avaliação vocal de um cantor e a de um indivíduo que utilize apenas a voz falada, mesmo que de forma profissional. No primeiro momento, as características e as queixas vocais do cantor devem ser percebidas, pelo médico e pelo fonoaudiólogo, distintamente em relação aos aspectos particulares da fala e do canto.
Embora exista um único órgão e praticamente um mesmo grupo de músculos responsáveis pelas duas funções, há vários aspectos fundamentais relacionados a produção vocal que diferem muito se compararmos a voz falada com a voz cantada. Em muitos casos o cantor precisa do auxilio do terapeuta ou médico para identificar sua queixa em relação à voz, diferenciando as características da voz falada e da cantada, separadamente. É comum o indivíduo procurar um profissional queixando-se especificamente de problemas em relação à voz cantada, como por exemplo uma passagem de escala ou, ao contrario, não ter nenhuma percepção da forma como ele utiliza a voz falada.
No momento da avaliação, é necessário distinguir qual a real queixa , o motivo da consulta, e de que modo está inserida na voz falada ou cantada. Deve-se verificar ao mesmo tempo, qual a percepção que o indivíduo possui em relação a sua voz e sua queixa vocal.
Considerando-se a avaliação inicial de qualquer pessoa disfônica ou com queixas relacionadas , deve-se obter informações , antes de tratá-lo ou ser encaminhado à fonoterapia, as quais serão efetuadas na anamnese

Problemas vocais

É fundamental a analise dos fatores específicos do aparelho fonador, paralelamente às alterações gerais tais como: diabetes mellitus, hipertensão arterial, diminuição da capacidade ventilatória pulmonar, insuficiência cardíaca, distúrbios metabólicos, endocrinos, alergicos, imunologicos, auto-imunes, neurológicos, infecciosos, inflamatórios, digestivos, entre outros; neoplasias benignas ou malignas; o uso ou abuso de drogas com álcool, cafeína, tabaco, tranqüilizantes, maconha, cocaína ou outras; uso permanente ou prolongado de medicamentos como corticóides, anticoagulantes plaquetariso, quimioterápicos, etc.; estados de ansiedade, depressão, fadiga, estresse, estafa, insônia, gravidez e sindrome pré-menstrual.
O exame otorrinolaringologico inclui, igualmente, a avaliação da audição, da voz, da fala, da deglutição e as pesquisas de alterações anatômico-funcionais e preceptorias dos órgãos articulatórios e ressonâncias, como a boca e língua, fossas nasais, rinofaringe e faringe. Também a função pulmonar pode e deve ser avaliada, quando necessário.

POSTURA
Na conversa espontânea, deve-se verificar a inclinação da cabeça, a tensão muscular cervical, o posicionamento do queixo em relação ao peito, a inclinação dos ombros. Observa-se a curvatura da coluna vertebral no andar e sentar, observando se a postura assumida pelo cantor é a adequada para a fonação. É preciso observar se os aspectos que caracterizam a postura do cantor durante a fala se modifica ou se mantém durante o canto. É fácil encontrar pessoas que elevam o queixo quando cantam tons mais agudos, com o incorreto e prejudicial intuito de auxiliar a elevação da laringe, posição que, sem tensão e participação da musculatura extrínseca, ajudaria a emissão de sons agudos.

TIPOS RESPIRATÓRIOS
Há muita discussão sobre o tipo adequado de respiração para a fonação e canto, porém deve-se observar se a respiração efetuada pelo cantor é a adequada para o canto. Existem três tipos básicos de respiração que são o superior, misto e inferior. No canto encontram-se vários casos de respiração inferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do canto recorre instintivamente a um tipo de respiração de forma que a pressão subglótica torne-se mais longa, forte e estável.

TEMPO DE EMISSÃO
A capacidade de emitir um som por longo período e de enfatizar uma nota nos momentos finais de uma sentença pode definir o repertório e longevidade da voz de um cantor. Observa-se tal fato quando existe a solicitação para a emissão de um som ou vogal prolongada ou sustentada, glissando ascendente e descendentemente e fazendo uma vogal sustentada com intensificação no terço final da emissão.

COORDENAÇÃO PNEUMOFONOARTICULATÓRIA
É a coordenação entre a respiração e a fala. Observa-se o cantor durante uma conversa espontânea, ou durante a leitura de um texto, mas pode fornecer dados irreais sobre a coordenação respiratória. É comum verificarmos pessoas com dificuldade durante a fala, porém quando lhe é solicitado uma leitura, e a pessoa percebe que está sendo avaliada, imediatamente corrige as eventuais entradas de ar residual . A coordenação analisada é um aspecto no qual, na maioria das vezes não se modifica da fala para o canto. Algumas exceções acontecem quando o estilo de música adotado exige uma voz muito soprosa, com um gasto de ar muito grande.

PITCH
É a sensação auditiva que temos sobre a altura da voz, podendo ser classificado em grave, médio ou agudo. Mede-se o pitch através de sistemas computadorizados de análise vocal. Normalmente, no canto, o pitch eleva–se, pois há uma busca das cavidades superiores de ressonância que acaba levando para a agudização do pitch, muitas vezes camuflado por uma hipernasalisação.

LOUDNESS
Tem relação com a percepção do volume da voz e deve ter com o tipo de ambiente em que a voz está sendo emitida. Pode ser classificado em forte, fraco e adequado. Na voz cantada, deve-se lembrar do ambiente e da utilização da aparelhagem de amplificação sonora. O cantor pode não possuir uma boa aparelhagem de som ou retornos eficientes, fazendo com que produza uma voz cantada com muito volume, e solicitando ao seu corpo que produza um apoio muito potente para que não ocorra sobrecarga das pregas vocais. O cantor popular normalmente não precisa utilizar um volume maior para cantar pois possui um bom sistema de amplificação. O cantor de coral emprega muitas vezes excesso de volume para poder se escutar dentro do coro. O cantor lírico procura explorar todas as suas caixas de ressonância, todo o seu potencial respiratório para atingir o quarto formante e assim ser ouvido junto com a orquestra que o acompanha. A voz transforma-se, neste momento, em mais um e único instrumento.

RESSONÂNCIA
A ressonância é classificada em seis tipos principais: equilibrada quando se utiliza de forma distribuída os três focos principais de ressonância(laringe, oral e nasal); laringo-faríngea onde há predomínio do foco na região do pescoço; hipernasal com constrição de pilares onde o foco é acentuado no nariz, mas com esforço evidente causado por tensão de musculatura orofaríngea; hiponasal onde não há nenhuma ressonância nasal; laringo-faríngea com foco nasal compensatório onde o foco central é no pescoço e sem nenhuma oralidade, normalmente em articulações muito travadas. Semelhantemente ao pitch, a ressonância também se eleva, buscando as cavidades mais superiores no canto em relação à fala.

ARTICULAÇÃO
A articulação pode ser precisa, imprecisa, travada, exagerada, pastosa ou aberta. Estas características podem se combinar aos pares mas não de maneira fixa. Pode-se por exemplo, encontrar uma articulação travada e precisa assim como uma aberta e imprecisa. Nem sempre abrir mais a boca para cantar melhora a articulação das palavras. Pode sim projetá-la muito mais.

ATAQUE VOCAL
O ataque vocal pode ser dividido em brusco, aspirado e suave, podendo ser observado na fala espontânea. Normalmente o tipo de ataque se modifica da fala para o canto. Existem pessoas que falam com ataque brusco, porém na hora de cantar optam pelo estilo bossa-nova , que trabalha com um ataque mais suave.

QUALIDADE VOCAL OU TIMBRE
É o item que esclarece o diagnóstico no nível de pregas vocais. Costuma fechar a avaliação perceptual da voz falada. No canto isso ocorre de forma diferente, pois na voz cantada avalia-se a qualidade em relação direta com o estilo de música adotado e com a forma pessoal de interpretação. Não é possível dizer que todo cantor de bossa-nova possui uma voz patológica soprosa, pois esta soprosidade faz parte de um estilo de cantar, de tornar a voz mais um instrumento dentro da música e não o principal deles. O cantor de hard rock tem a voz rouca e áspera, mas pode-se utilizar outro modo de cantar este estilo de música. A qualidade da voz cantada abre discussão para as características vocais mais freqüentes em cada estilo de música. É impossível se discutir a qualidade sem falar de estilo, ao contrário da voz falada, na qual a qualidade vocal tem relação direta com a patologia.
Há várias maneiras de se nomear as qualidades e características vocais. Utilizamo-nos da voz rouca (moderada/suave), suave, fluida, áspera, soprosa, com quebra de sonoridade, tensa, pastosa, trêmula, estrangulada, infantil e diplofônica (bitonal).
Há outros nomes diferentes dos utilizados acima, mas estes combinados entre si quando necessários são suficientes para definir precisamente uma qualidade vocal.

RITMO
É um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada dependerá do estilo, melodia e harmonia da música e da maneira como o cantor interpreta a canção. Na fala usamos um ritmo lento, acelerado, muito acelerado e adequado.

TESSITURA
A tessitura e a extensão são dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada. Quando o cantor disfônico tem queixa apenas na voz cantada não há necessidade de avaliação dos dois aspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas confortáveis dentro da sua extensão vocal, quando o cantor está totalmente disfônico, é algo que não tem muito sentido.
Quando o cantor apresenta a queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade na passagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas não há como classificar definitivamente a região onde esse cantor deve produzir sua voz cantada sem esforço ou prejuízo do trato vocal, pois a hora da avaliação é um momento atípico. Conforme o trabalho fonoterapêutico evolui deve-se rever a tessitura, assim como a extensão vocal.
A classificação vocal das vozes masculinas em tenor, barítono e baixo e das femininas em soprano, mezzo-soprano e contralto têm relação com o canto lírico, é muitas vezes empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do que para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se as formas diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não acredita-se na importância dessa classificação para o canto popular.

REGISTRO
É o modo de vibração variado das pregas vocais de acordo com vários pitchs, fornecendo diferentes qualidades vocais que são chamados de registro, que nada mais é do que a produção de freqüências consecutivas que se originam da mesma maneira da freqüência fundamental. Deve ser avaliado apenas na voz cantada, pois trata-se de um conceito dividido em registro basal (fry), modal (peito e cabeça) e falsete.

BRILHO
Tem relação direta com o uso das cavidades de ressonância e a produção de formantes. Quanto mais amplo for o uso dessas cavidades maior será a riqueza de harmônicos amplificados, fazendo com que a voz pareça cheia, preenchendo todo o ambiente.
A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som produzido. No bel canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto dramático, com laringe alta, o som é escuro mas cheio de nuanças.

PROJEÇÃO
Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratória. Tem relação direta com respiração, pressão subglótica e superiormente com a boca aberta. Não é possível se ouvir um cantor com projeção com a articulação totalmente travada. Na avaliação deve-se evitar termos qualitativos (boa projeção/péssima projeção). Deve-se gravar a voz do cantor para registro, solicitando sonorizações específicas, como vogais (/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente em stacatto e ligatto, fala encadeada (dias da semana, meses do ano) e conversa espontânea.
Havendo gravações antigas e recentes, é interessante ouví-lo para compreender o processo de desenvolvimento da voz cantada. A avaliação in locco é fundamental para comparar dados ao vivo, e para conhecer o ambiente de trabalho do cantor.

ALTERAÇAO DE VOZ NO CANTO – DISFONIA FUNCIONAL
As alterações de voz mais comumente encontradas nos cantores são chamadas de disfonias funcionais, que podem ser causadas por uso inadequado dos músculos voluntários da fonação, que incluem os músculos da laringe, faringe, mandíbula, língua, pescoço e sistema respiratório. O desalinhamento postural também é um achado clínico freqüente. Algumas disfonias podem ser atribuídas a técnicas vocais incorretas tais como: Coordenação pneumofonoarticulatória pobre, uso excessivo ou inadequado da válvula laríngea, foco ressonantal inadequado, dificuldades no controle dinâmico de pitch e loudness.
Por definição, a disfonia funcional é a alteração vocal que decorre geralmente do mau uso ou abuso de um aparelho fonador anatômica e fisiologicamente intacto, mas que também pode ser resultado de um mecanismo compensatório mal adaptado, como conseqüência de uma condição orgânica preexistente. Mesmo nos casos de alteração vocal onde a função laríngea é normal ao exame clínico, ou quando há presença de sinais de tensão muscular laríngea anormal, a disfonia é classificada com funcional.
A disfonia funcional com abuso vocal prolongado pode levar ao desenvolvimento de alterações orgânicas secundárias, como os nódulos vocais. Apesar desses serem considerados entidades patológicas individualizadas, eles são resultado de uma disfonia funcional precedente.

CLASSIFICAÇÀO
Há várias propostas para a classificação das disfonias funcionais. Alguns autores propõem abordagens mais amplas referindo-se aos mecanismos casuais e outros baseiam-se nos aspectos clínicos-sintomáticos. É importante haver uma diferenciação entre cada subgrupo de pacientes portadores de disfonia funcional.
Podemos classificar as disfonias funcionais em quatro tipos, que são: as disfonias psicogênicas, a disfonia por habituação, o uso inapropriado de registro e as síndromes de abuso vocal.

DISFONIAS PSICOGÊNICAS
Podem ser divididas em dois subtipos: as conversivas e as recidivantes. O padrão recidivante normalmente é associado a um perfil psicopático e o conversivo, às características histéricas e o aparecimento da alteração vocal é associado a algum fator desencadeante. A qualidade vocal é caracterizada por afonia ou disfonia severa, com sonoridade pobre. A laringoscopia pode ser normal ou evidenciar fenda glótica triangular posterior(com redução da amplitude e assimetria da onda mucosa), ou ainda triangular em toda a extensão(fenda pararela). Pode ser observada a constrição supraglótica ântero-posterior parcial, projeção medial de pregas ventriculares ou inconsistência nos achados laringoscópicos.

DISFONIA POR HABITUAÇÃO
Inicia-se por uma laringite viral ou cirurgia das pregas vocais, o que propicia uma compensação inadequada do trato vocal organicamente comprometido. A disfonia persiste mesmo após o desaparecimento do processo viral ou da cicatrização cirúrgica. A terapia fonoaudiológica pré-cirúrgica pode evitar este tipo de alteração. Sintomas como fadiga vocal e odinofonia podem ser observados. A qualidade vocal pode apresentar soprosidade, aspereza, diplofonia ou fonação ventricular. A sonoridade geralmente é pobre e a laringoscopia pode ser normal, mostrar aproximação de pregas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial ou ainda fechamento supraglótico esfinctérico.

USO INAPROPRIADO DE REGISTRO
A alteração vocal ocorre em homens durante o crescimento, manifesta-se depois da puberdade como dificuldade em abaixar o pitch e acompanha-se de "quebras" no registro. Pode ocorrer em ambos os sexos, porém não é tão evidente nas mulheres em decorrência do seu tom habitual de fala. Alguns fatores psicológicos podem levar a inibições durante este período de transição e estabelecer um padrão de fonação em falsete. Estes casos devem ser diferenciados daqueles em que existam comprometimentos hormonais ou conversivos. Não há sintomas associados. A qualidade vocal caracteriza-se por pitch anormalmente alto e sonoridade pobre.
A laringoscopia é geralmente normal, mas pode haver tensão glótica. A laringe pode também estar elevada e sua tração para baixo pode mostrar mudança de registro vocal para um pitch mais adequado.

SINDROMES DE ABUSO VOCAL
As alterações vocais decorrentes das síndromes de abuso vocal são geralmente flutuantes ou intermitentes e mantém-se por períodos prolongados. Os aspectos mais comumente observados nestas alterações são: fadiga vocal, redução da extensão dinâmica da voz, odinifonia, padrão respiratório inadequado e sindromes tencionais músculo-esqueléticas. Outros sintomas, como alterações ressonantais e de pitch, também podem ser observados. As síndromes de abuso vocal podem ocorrer com freqüência também em profissionais da voz.
A qualidade vocal dos pacientes portadores de síndrome de abuso vocal mostra características de soprosidade e aspereza, sonoridade pobre, quebras na voz, pitch geralmente agravado e ataque vocal brusco.
A laringoscopia pode ser normal, mas também pode apresentar aproximação de bandas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial e ainda fechamento supraglótico do tipo esfinctérico.
Outros fatores devem ser observados em profissionais da voz com alterações relacionadas ao abuso ou mau uso vocal. Algumas alterações na voz falada muitas vezes não ocorrem na voz cantada, ou ocorrem em menor grau. Como exemplo, uma boa técnica de canto não implicará em uma voz falada adequada. O apoio respiratório também pode mostrar-se deficiente somente na voz falada. Apesar disso, a extensão vocal não é afetada. A avaliação de profissionais da voz deve ser cuidadosa, levando-se em conta as variáveis entre a voz falada e cantada.
Como alterações orgânicas secundárias temos: nódulos de pregas vocais, edema de reinke e úlceras e granulomas, os quais passaremos a discertar.

NÓDULOS DE PREGAS VOCAIS
São lesões secundárias associadas às alterações funcionais da voz, caracterizando-se por alteração na camada superficial da lâmina própria, representada histologicamente pela presença de tecido edematoso e/ou fibrocolagenoso associado a um espessamento do epitélio das pregas vocais, com queratinização superficial e acantose entre as cristas epidérmicas. Apresentam-se como lesões esbranquiçadas, em torno da borda livre na junção do terço médio de ambas as pregas vocais , que, ao entrarem em contato durante a fonação, assumem a silhueta de um "beijo". Apresenta aspecto endurecido e algumas vezes edematoso, principalmente em crianças. Há um aumento de massa e rigidez da cobertura, assim como interferência na vibração mucosa contralateral. Na maioria dos casos há presença de fenda triangular médio-posterior.
A incidência desta alteração em adultos é maior no sexo feminino e está sempre associada ao abuso vocal e ao estresse. É a disfonia funcional mais comum entre as crianças, predominando no sexo masculino. Em cantores, pode ocorrer secundariamente à execução do canto fora da extensão adequada e por pobre apoio respiratório.
Os sintomas vocais mais comuns são fadiga vocal, alterações de pitch, alterações ressonantais e extensão dinâmica reduzida.
A qualidade vocal mostra características de soprosidade, aspereza, quebra vocal e ataque vocal brusco.

EDEMA DE REINKE
É uma lesão de aspecto edematoso e por vezes polipóide, o que lhe rendeu a denominação de degeneração polipóide, ou ainda, pólipo edematoso de pregas vocais. É geralmente bilateral, porém quase sempre assimétrica. Estende-se ao longo de toda a borda livre das pregas vocais na maioria dos casos. Apresenta crescimento progressivo, podendo obstruir completamente a glote com conseqüente asfixia, em seu estágio mais avançado. Interfere na vibração mucosa contralateral e está freqüentemente associado ao tabagismo crônico e, em menor escala, ao hipotireoidismo e ao refluxo gastroesofágico. A fonoterapia pode reduzir a lesão em alguns casos, ainda que ocorra melhora importante da qualidade vocal nos casos com lesões pouco exuberantes. Entretanto, o encaminhamento posterior para tratamento cirúrgico é necessário.
A disfunção vocal geralmente é estável, de longa duração, e predomina no sexo feminino. Os principais sintomas associados são fadiga vocal, alterações ressonantais e extensão vocal reduzida. A qualidade vocal apresenta características de rouquidão, com pitch agravado, sonoridade pobre e quebras vocais.

ULCERAS E GRANULOMAS
São as únicas lesões orgânicas localizadas fora da borda livre das pregas vocais, decorrentes de distúrbios funcionais da laringe. São associadas a processos inflamatórios extralaríngeos ou secundários à entubação endotraqueal prolongada. Nos casos funcionais, são provocados por trauma fonatório na apófise vocal das aritenóides, em pacientes com importante tensão muscular laríngea e ataque vocal brusco. Geralmente são lesões pequenas que comprometem o fechamento glótico. Quando são de grandes dimensões, outras possibilidades diagnósticas devem ser aventadas.
O estabelecimento da alteração vocal é geralmente agudo(de dias a semanas), às vezes intermitente por meses. Os sintomas mais freqüentes associados são odinofonia e fadiga vocal.
A qualidade vocal manifesta-se sob forma de disfonia variável, com pitch grave e ataque vocal brusco. A laringoscopia mostra ulceração do processo vocal uni ou bilateral, ou granuloma, com hiperfechamento glótico posterior. Outros fatores observados em pacientes portadores de úlceras ou granulomas são apoio respiratório pobre, uso de ar residual, freqüente associação ao refluxo gastroesofágico, hábito de pigarrear e tossir e abuso vocal.

TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA CANTORES
A terapia vocal do cantor não difere completamente do processo terapêutico de um paciente que apresenta disfonia funcional. O foco do tratamento, este sim, será diferente. Com a queixa bem definida em relação aos aspectos da voz falada e cantada, inicia-se a terapia que trabalhará simultaneamente os aspectos que forem necessários, tanto da voz falada quanto da cantada.
Na terapia com cantores, o ouvido adquire importância na condução das orientações, na forma de utilização da voz, assim como na maneira de realização dos exercícios propostos. Quando se trabalha com o cantor, não se deve ficar centrado na patologia laríngea ou no distúrbio da fonação e sim na maneira como o cantor está utilizando seu aparelho vocal para produção da voz dentro do estilo e interpretação desejados.
Pode-se compreender o estilo do canto e tentar, juntamente com o cantor, por meio de exercícios, possibilitar que produza, de maneira satisfatória e sem prejuízo do trato vocal, a voz cantada desejada. O fonoaudiólogo não deve discutir a escolha de repertório, mas esclarecer as possibilidades de cada voz, localizando o pitch confortável e a tessitura adequada para o cantor assim como demonstrar aspectos anatomofisiológicos existentes, mas muitas vezes desconhecidos, que possam facilitar ou limitar a produção de algum tipo de voz cantada.
É necessário possuir algum conhecimento de termos músicais que, em geral, estão presentes na terapia com o cantor, como por exemplo grave, agudo, oitava, glissando, stacatto, escala ascendente ou descendente, acorde e outros que podem aparecer conforme o tipo de canto adotado.
O cantor, em geral, questiona o profissional para saber como se procedem os exercícios e outras duvidas, pois é natural que a pessoa que tem na voz cantada seu instrumento profissional possua uma curiosidade maior em relação a sua voz, bem como receio em ser examinado pelo otorrinolaringologista e ansiedade em tratar as dificuldades que se manifestam na voz.
Aparecem alguns questionamentos por parte do cantor, porém esses são um desafio constante para quem trabalha com a área da voz e tem consciência da influência da vida emocional e psíquica na questão da comunicação.
As questões da saúde vocal devem ser tratadas com paciência e esclarecimento, sem virar uma lista de proibições, pois o ideal é passar informações aos poucos e obter o retorno do cantor sobre a verdadeira compreensão dos porquês sobre sua voz.
Não é fácil estabelecer um limite sobre onde começa a terapia fonoaudiológica do cantor, pois o início de cada processo dependerá de cada indivíduo. Não existe hierarquia dentro da terapia fonoaudiológica. Na voz tudo ocorre ao mesmo tempo. As necessidades são de cada caso e sempre que possível devem ser trabalhadas no conjunto.
No caso dos cantores é fundamental trabalhar a parte respiratória no sentido de conscientizar o papel da respiração na emissão da voz cantada, mostrando preferencialmente a respiração costo-diafragmática, como a mais adequada para a sua voz. O trabalho articulatório visando a abertura vertical e à precisão sonora dos fonemas também tem destaque na rotina terapêutica. Os exercícios que auxiliam no abaixamento da laringe tem demonstrado ótimo resultado, mesmo nos casos de cantores populares, permitindo um movimento vertical livre nos graves e agudos. Exercícios de resistência também são indicados para cantores que costumam cantar muitas horas por semana. Massagem digital na laringe depois de cantar, ou antes de dormir, promove a vasodilatação que possibilitará um maior relaxamento noturno, levando a uma qualidade vocal mais satisfatória para os dias seguintes no uso intensivo da voz.
Não é possível abordar a parte de exercícios, pois cada indivíduo tem seu problema e os exercícios devem ser aplicados de maneira pessoal. O terapeuta tem que experimentar os exercícios consigo mesmo e, posteriormente, observar como cada paciente realiza ou reage diante daquele exercício. De maneira geral, acredita-se que o terapeuta não necessita ser um cantor ou músico para poder prestar atendimento, porém deve ouvir as queixas do paciente e saber que as dúvidas que ocorrerem durante o processo terapêutico poderão ser investigadas e respondidas por ambos, paciente e terapeuta.

CONCLUSÃO
Estivemos analisando alguns os problemas possíveis a serem apresentados na estrutura funcional da laringe e cordas vocais, nos profissionais da voz, em específico com os cantores.
Apresentamos alguns métodos a serem aplicados na avaliação e tratamento de tais problemas, porém tal explanação não esgota o assunto.
Ficou claro porém que, para a eficácia levantamento dos problemas apresentados, bem como o respectivo tratamento, há necessidade de se recorrer ao profissional médico da voz, especificamente ao Otorrinolaringologista e ao Fonoterapeuta para a obtenção de sucesso para a resolução dos distúrbios que possam ocorrer com a voz.
Creio porém que deve haver um relacionamento muito aproximado entre o profissional da voz, o médico da voz e o preparador vocal, pois suas atividades se interagem e, com essa aproximação o resultado pode se tornar mais produtivo, fazendo com que a voz do profissional possa ser melhor elaborada para um bom resultado profissional.
Com este tipo de relacionamento, creio que os cinco profissionais da voz – Otorrinolaringologista, Fonoaudiologista, Professor de Canto, Preparador Vocal e Cantor – poderão crescer em conhecimento e sucesso profissional, onde cada um individualmente alcançará a satisfação pessoal de aplicar o seu trabalho de modo direto, com conhecimento e bem feito.

Referências

Gouveia, Lidia Maria de. A Fonoaudiologia e o Canto
Universidade Cruzeiro do Sul. http://www.geocities.com/Vienna/9177/fonocanto.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Belting - Técnica

Este é um artigo de otorrinolaringologia a respeito da técnica chamada Belting acessado em Acta ORL neste endereço:
http://www.actaorl.com.br/detalhe_artigo.asp?id=227





Acta ORL v.26 n.1 - Páginas 4 a 68 - São Paulo - Jan/Fev/Mar - 2008


3
Artigo Original Páginas: 13 a 14
Belting: uma visão otorrinolaringológica
Belting: an otolaryngologic approach
Luís Henrique Chechinato Costa1, André de Campos Duprat2



terça-feira, 17 de maio de 2011

Oficina de música - Sesi Guarapuava, 2011

 A oficina de música feita por iniciativa do Sesi de Guarapuava em 2011, ofereceu pouquissimas vagas para que todos pudessem usufruir o máximo das três horas de aula.
O programa tratou de:
1.       ASPECTOS DE TÉCNICA VOCAL
a.       Fisiologia da Voz;
b.      Saúde vocal;
2.       NOÇÕES DE MÚSICA
a.       Melodia, Harmonia e Ritmo;
b.      Gêneros;
c.       Estilos.
3.       ESTUDO DE REPERTÓRIO
a.      Tonalidades;
b.     Adequação do repertório;
4.       INTERPRETAÇÃO
a.       Dicas práticas e importantes.



Os nove participantes da oficina enriqueceram ainda mais o trabalho compartilhando seus conhecimentos,duvidas e apreciações a respeito da música. Foi muito bom perceber nesses jovens já a crítica do que é arte e do que é apenas mídia.
Da mesma forma que chama a atenção a percepção critica também se pode observar a carencia que os jovens tem de conhecimento sobre a história da nossa música. Há falta de mais espaços não apenas para trabalhar a musica atual, para que eles mostrem suas habilidades artisticas. Os jovens precisam chegar ao conhecimento da nossa história, dos movimentos artisticos nacionais e do que os fez existirem. Há necessidade de que mais oficinas e cursos de música sejam feitos com enfoque na interpretação, na compreensão da música e na crítica.
Nossos jovens tem coração, tem emoção, tem talento, e precisam de conteúdo e aparelhos para poderem se encontrar e se expressar. Apenas depois que se tem o estudo profundo a inspiração nos é dada de presente.

Essa pequena oficina veio reacender a vontade de criar novamento algo mais extenso: um coral com o trabalho completo. Estudar com os adolescentes a história da nossa música, grandes compositores que poucos conhecem, estudo das letras, além do trabalho vocal propriamente dito.
Porém esse é um projeto que demanda verbas para no mínimo um ano de trabalho. Mas ainda há a esperança de encontrar parceiros em condições de patrocinar trabalho tão rico.
Aqui tenho alguns exemplos do projeto já realizado no colégio Francisco Carneiro Martins.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aula de Técnica Vocal via msn

Três aulas de Técnica Vocal respondendo algumas dúvidas.

Respiração
Aquecimento
Alongamento
Projeção do som

Estas aulas foram ministradas via msn, confira e deixe seu recado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Exercícios de todo dia

Este vídeo tem váras dicas de ouro:

1. O valor da palavra
2. Análise do texto falado
3. Exercicios de articulação

Esses pontos estão colocados especialmente para quem trabalha com jornalismo, mas são fundamentais para todos nós que temos voz. No nosso dia a dia nos acostumamos a falar de qualquer maneira, isso acarreta não só dificuldades para o interlocutor como também problemas vocais para o falante.

É fundamental usar esses exercícios básicos mencionados no video em nosso dia a dia. Experimente incorporar esses exercicios as suas atividades normais. Não vão tomar mais que 15 minutos, um momento de descanso de suas atividades. Voce vai observar em questão de uma semana muidanças bem interessantes em sua forma de se expressar, sua comunicação vai ter mais qualidade e exigirá menos esforço.

Depois volte aqui contar seus progressos ;)

Rouquidão - visão básica

fonte: http://www.dzai.com.br/blog/saudeparatodos?tv_pos_id=28380

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tessitura vocal

Vozes femininas:
  • O Soprano Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica uma voz de volume menor, mas que alcança notas muito agudas, além de ter facilidade para cantar notas com ritmo rápido (volaturas). Referências: Joan Sutherland(*), Kathleen Battle(*), Sumi Jo(*);
  • O Soprano Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: Renata Tebaldi(*), Victoria de Los Angeles(*).
  • O Soprano Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É também chamada de 2ºSoprano. Referências: Kiri Te Kanawa(*), Mirella Freni(*), Renata Scotto(*);.
  • O Soprano Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais grave. Normalmente tem grande extensão e desenvolve grande volume. Referências: Jessie Norman(*) (polêmica classificação, pois alguns a consideram Mezzo-soprano Lírico).
  • O Mezzo-soprano Lírico: é também chamado em alguns lugares de Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar do timbre grave, assim como o Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas (venho ressaltar que alguns classificam distintamente o Mezzo lírico do ligeiro). Referências: Tereza Berganza(*)
  • O Mezzo-soprano Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem grave, muitas vezes canta também partituras de Contralto solo, o que pode ocorrer com mais freqüência com o abaixamento natural da voz ao passar os anos. Referências: Olga Borodina(*);
  • O Contralto: como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro e, até pela pouca oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos papéis em ópera, a maior parte do repertório está na música barroca e nas obras do séc. XX. Referências: canto lírico: Kathleen Ferrier(*).
Vozes masculinas:
  • O Contratenor: é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o falsete para cantar como Contralto. Comum em coros mistos e masculinos europeus que interpretam, principalmente, música dos períodos Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc. XVII à primeira metade do séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto congregacional (até meados do séc. XX). A música era executada por coros masculinos. Por este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e contraltinos), os falsetistas e os castratti(***). O uso de coros apenas masculinos perdurou na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do canto congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por Lutero. Referências de Contratenores (falsetistas - cantando como contraltos) no canto lírico: Andreas Scholl(*), David Daniels (*).
  • O Tenor Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina natural mais aguda, também com facilidade para volaturas. Referência: Juan Diego Florez(**), Niccolai Gedda(*), Salvatore Licitra(*);
  • O Tenor Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: Enrico Caruso(*), Franco Corelli(*).
  • O Tenor Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre mais cheio. É também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por causa do repertório operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de Dramáticos. Referências: Mario Lanza(*), Plácido Domingo(*);
  • O Tenor Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve grande volume, e é mais raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando intérprete de óperas do Romantismo Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor) ou Tenor Heróico. Referências: Lauritz Melchior(*), Wolfgang Windgassen(*).
  • O Barítono Lírico ou Barítono Central: é comum como terceira voz em quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar que alguns Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos, devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, com o desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e redireciona o trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido Domingo (dos "Três Tenores"), classificado como Barítono, a princípio. Referência: Thomas Hampson (*);
  • O Barítono Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também chamado de Baixo Cantante ou Baixo Barítono (de acordo com o repertório operístico). Muitos dos Baixos de quartetos masculinos de música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos. Referências: Bryn Terfel(*) e (**);
  • O Baixo: tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no Brasil. Referências: Gottlob Frick(*);
  • O Baixo Profundo: timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e muito rara no Brasil, é encontrado com maior facilidade em países eslavos (Rússia, Ucrânia, Letônia, etc.) Referência: Martti Talvela(*).
Fonte: http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/classificacao.htm

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Perigos da má utilização da voz

Alterações crônicas podem ser muito mais do que sintomas passageiros consequentes das baixas temperaturas do inverno
Jornal de Londrina 01/07/2009 | 00:08

A época das doenças de inverno chegou e volta e meia alguém aparece com sintomas consequentes de gripe ou resfriado. A rouquidão – clinicamente chamada de disfonia, originada na laringe, onde estão as pregas vocais – é um deles. Nesse caso dura até sete dias, bastando tratar a gripe ou resfriado e repousar a voz. Mas se aparecer de repente, sem companhia de espirros e de dores no corpo ou, ainda, permanecer por mais de duas semanas, acenda a luz de alerta. Pode ser um caso de disfonia crônica, provocado pela má utilização da voz.
Quem deve ficar mais atento são profissionais que têm a voz como instrumento de trabalho, como professores, atendentes de telemarketing, cantores, atores e locutores. Várias outras situações podem provocar disfonia crônica: fumo, álcool, alteração hormonal, distúrbios na tireóide, problemas neurológicos ou psicológicos, fadiga, má alimentação, ar condicionado e poluição.
Sem os cuidados adequados, lesões podem ocorrer e provocar disfonia, levando a danos irreversíveis. “Em muitas pessoas, um problema de voz ameaça a atividade profissional”, diz o otorrinolaringologista Evaldo Macedo, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. Segundo o especialista, não há uma estatística mundial segura sobre a incidência de casos de disfonia por abuso da voz, mas ele afirma que pode acontecer em cerca de 20% dos profissionais, dependendo do grupo de atuação. “Os professores e atendentes de telemarketing são os mais afetados em função de suas cargas de trabalho muito puxadas. Muitas vezes eles não têm um treinamento adequado para a prevenção”, explica Macedo.
Sintomas frequentes de rouquidão – decorrentes de oito horas diárias falando sem parar –e as faltas dos professores, passaram a ser um sinal de alerta para a direção do Colégio Bom Jesus, de Curitiba. Há 12 anos, foi criado o Programa de Voz, com o objetivo de prevenir e tratar o aparecimento de alterações nos cerca de mil docentes da instituição. “É preciso usar a voz de uma forma adequada, com correta respiração e projeção, para evitar lesões nas pregas vocais”, orienta a fonoaudióloga Sônia Arns Guimarães, responsável pelo programa. Na rede estadual de ensino, os professores são orientados pelo programa Saúde Vocal, Cuidando da Voz do Professor.
Perda total
Se a rouquidão permanecer por mais de 15 dias pode estar escondendo outros problemas mais graves, como um câncer na região da laringe. O Brasil tem a terceira maior incidência mundial da doença, cujo vilão número um é o tabagismo. Um exame chamado video laringoscopia feito por um otorrinolaringologista poderá detectar o problema. “O primeiro sintoma do câncer é a rouquidão. O diagnóstico precoce permite 100% de cura, sem cirurgia”, explica o especialista Luiz Carlos Sava, chefe do Serviço de Otorrino laringologia do Hospital Cajuru.
Em muitos casos é preciso retirar a laringe totalmente para remover o tumor e salvar a vida do paciente. Mas é inevitável a perda da fala. O problema é amenizado com a produção de som através do esôfago, mas que não terá a sonoridade natural. “Algumas pessoas recorrem a um aparelho chamado laringe artificial, colocado próximo ao pescoço. A pessoa faz o movimento labial da palavra e o aparelho transmite o som com uma voz que parece robotizada”, conta a fonoaudióloga Tânia Coelho, vicepresidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia.
Crianças
São comuns os casos de disfonia em crianças, a maioria na faixa dos quatro aos cinco anos de idade, principalmente devido a maus hábitos vocais. Um público significativo que há cerca de dez anos não existia. “A dinâmica das famílias mudou. Hoje os pais não têm tempo para os filhos e eles usam o grito para serem ouvidos”, explica a fonoaudióloga Maria Regina Serrato, coordenadora do curso de fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Ela explica que isto acontece também em famílias que têm o hábito de falar muito alto. Para essas crianças, a cirurgia não é indicada, pois as pregas vocais ainda vão crescer durante a puberdade. Nesse caso, se surgirem nódulos ele serão absorvidos. “Se o comportamento delas não mudar, o problema reaparecerá. Só conseguimos bons resultados quando as famílias mudam a dinâmica e entendem que as crianças precisam de espaço para serem ouvidas”, diz Maria Regina.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Música pra que? - o cérebro

O nosso cérebro trabalha de forma particionada com todas as informações que entram. No caso dos sons após serem decodificados, são interpretados em locais diferentes do cérebro.


Especificamente, o córtex auditivo direito é especializado em determinar hierarquias das relações harmônicas e tons ricos enquanto o hemisfério auditivo esquerdo decifra relações entre sucessões de sons (o seqüenciamento de sons e percepção do ritmo). Nota-se que o córtex auditivo do lado direito do cérebro é especialmente vocacionada para analisar os sons altamente harmônico das vogais da língua. É muito interessante notar que o lado esquerdo do cérebro também está envolvido no seqüenciamento de palavras e idéias e é considerada a «sede» da linguagem. Na verdade, através de ressonância magnética, foi reconhecido que uma das áreas do cérebro usadas para decifrar a linguagem também podem "conter" a capacidade de conceber ouvido absoluto. Essa área, conhecida como o plano temporal não é utilizado apenas para decifrar ouvido absoluto (para aqueles com essa habilidade), mas também é maior nos indivíduos que têm ouvido absoluto. Curiosamente, anormalidade neste domínio se presume ser a causa da dislexia do desenvolvimento. A partir desta informação, pode-se inferir que a música e a linguagem pode ser decifrado e interpretado de formas semelhantes, bem como por estruturas cerebrais semelhantes. Isto pode explicar porque, em alguns experimentos, verificou-se que a exposição pré-natal de música produziu uma aceleração no desenvolvimento de comportamentos relacionados com a aquisição da linguagem (como o balbuciar). Por outro lado, o dano para as áreas do cérebro que envolvem a linguagem pode também prejudicar a interpretação musical, bem como os efeitos da música na cognição.(Sancar, 1999)
Outra área importante no processamento da música é o hipocampo. Nesta área também se concentram atividades relacionadas as habilidades de memorização e aprendizado, bem como as ligadas a tempo e espaço. Animais expostos a Mozart conseguiram fazer percursos em labirintos mais rápido e com menos erros que os sem esse estímulo.

Foi comprovado casos de portadores de Alzheimer que tiveram a memória estimulada por determinados tipos de música. Assim como portadores de dificuldades motoras tiveram essas áreas estimuladas. Há também vários casos de epilepsia em que o paciente ouve internamente uma música específica precedendo o surto. Em casos de surdes progressiva o cérebro mantêm com mais afinco a memória músical, bombardeando o cérebro internamente com melodias que marcaram o paciente. Isso pode ser uma tentativa do corpo em preservar outras habilidades que precisam da audição para seu bom funcionamento.

Em casos de degeneração da memória e habilidades interpessoais a música parece prestar-se ao papel de autoafirmação e comunicação. Muitos pacientes incapazes de lembrar quem são as pessoas de sua família conseguem cantar ou tocar canções inteiras com a interpretação adequanda ao tema da composição.

A música pode ainda estimular a produção de endorfina, principalmente as músicas mais agitadas e dançantes. As endorfinas causam os seguintes estados:
• Melhoram a memória;
• Melhoram o estado de espírito (bom humor);
• Aumentam a resistência;
• Aumentam a disposição física e mental;
• Melhoram o nosso sistema imunológico;
• Bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos;
• Têm efeito antienvelhecimento, pois removem superóxidos;
• Aliviam as dores.


Bibliografia
Sacks, O. (2008). Musicophilia: Tales of Music and the Brain, Revised and Expanded Edition. Vintage .

Sancar, F. (1999). Music and the Brain: Processing and Responding (A General Overview). Retrieved Janeiro 10, 2010, from Serendip: http://serendip.brynmawr.edu/bb/neuro/neuro99/web1/Sancar.html

Silva, N. (2008, Março 07). O que é endorfina? Retrieved Janeiro 2010, 10, from Shvoong: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1780323-que-%C3%A9-endorfina/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Música pra que? - O corpo

Basicamente o que faz com que o som seja produzido é a passagem do ar pelas pregas vocais, ou cordas vocais.
Quando respiramos o ar entra pelo nariz puxado pelo diafragma, que é um músculo situado abaixo dos pulmões. O movimento do diafragma controla a entrada e saída de ar, quando conseguimos controlar conscientemente este músculo temos maior qualidade no som produzido e nenhum esforço.
O ar ao subir produz som passando pelas pregas vocais, esse som é articula dentro da boca pela língua, palato, lábios e dentes. Da boca o som é dirigido para as áreas de resonância, cavidade nasal, cavidade craniana, cavidade torácica, cavidade bucal e a faringe. Todas essas cavidades são áreas mais ou menos ocas onde cada tipo de som é amplificado, funcionam como o corpo de um violão.


O som mais grave resoa na cavidade torácica, no peito. esse é o tipo de ressonância usado na ópera para dar mais força à notas graves sem usar mais ar pois essas notas tendem a perder volume.
As notas medias que já não exigem esforço por si são resoadas na cavidade bucal e nasal, que os cantores chamam de máscara. Isso não significa que a voz deve passar pelo nariz, isso ocorre quando a parte posterior da lígua é levantada dirigindo o ar para o nariz, ao invés de passar pela boca e atravessar o céu da boca (palato) para chegar à mascara.
As notas mais agudas vão resoar na cavidade craniana, serão sentidas na testa e no topo da cabeça.
A maior complicação da técnica é conseguir passar de uma região à outra sem haver quebras no som, mantendo uma uniformidade. Isso dá qualidade ao som fazendo com que todas as notas soem com o mesmo corpo e intensidade, sem usar mais ar nem nenhuma delas. É fácil de entender o resultado observando que normalmente as pessoas gritam e fazem um esforço enorme para alcançar notas mais agudas. Isso é totalmente errado, todos os músculos do corpo estaram tensos provocando uma voz estridente e agessiva. Basta observar uma cantora de ópera para notar como ela canta essas notas sem nenhum esforço.



As pregas vocais trabalham abrindo e fechando o canal conforme o som é mais agudo ou mais grave. Qualquer mínima tensão sobre a músculatura do pescoço fará com que elas trabalhem fora de seu percurso. Se a respiração não é bem controlada elas podem ser forçadas de baixo para cima por volumes exagerados de ar saindo. Esses esforços exessivos causam as doenças mensionadas no blog anterior.
Fonte das imagens:
http://www.brasilescola.com/biologia/sistema-respiratorio.htm
http://www.auladeanatomia.com/respiratorio/sistemarespiratorio.htm
http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp



Quer mais detalhes? Deixe sua pergunta.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Música pra que? - Interpretação

Para se cantar bem além de técnica vocal profissional é necessário desenvolver grande habilidade de interpretação. Portanto existem alguns pontos que devem ser levados em consideração na escolha do repertório:

  1. Registro: o registro vocal é o alcançe da voz, do tom mais baixo, grave, ao mais alto, agudo. As vozes tem categorias em que se encaixam conforme a altura que alcançam. Uma mulher que tenha voz aguda como Tetê Espindola nunca vai conseguir cantar as músicas da Cássia Eller no tom em que ela fazia. Da mesma maneira um homem com voz grave como a do Sérgio Reis não vai nunca conseguir cantar agudo como Pena Branca e Xavantinho. Então a primeira coisa a se pensar é descobrir qual é seu registro, para isso é necessário a ajuda de um profissional em técnica vocal. A partir daí escolhe-se as músicas mais adequadas e, se for necessário, muda-se o tom das músicas que não estiverem dentro de seu registro.
  2. Estilo: ninguém canta bem de tudo, um cantor de aché dificilmente vai cantar bem jazz. cada estilo musical tem sua própria alma e o cantor tem que se identificar profundamente com a linguagem do estilo. Ou seja, entender muito bem a divisão ritmica, o swing, a harmonia usados. De outra maneira a interpretação vai estar sempre amarrada, sem leveza, incerta, presa à imitação do cantor original. 
  3. Assunto: na hora de escolher o repertório não basta saber o que está em voga, é preciso ser fiel ao que lhe interessa. A música vem de dentro para fora. Quando canta, o artista está também interpretando uma personagem, vivendo um momento que naquele instante é seu. Se você não entende profundamente a letra ou se a letra não trata de algo interessante pra você não vai ficar bom. Por mais que você se esforce vai ficar falso. Observa-se essa dificuldade com cantores de banda show, eles têm que cantar de tudo, inclusive músicas que eles odeiam. Podem ser muito afinados se forem profissionais, mas sempre aquelas músicas que não têm conexão com sua personalidade vão ficar fracas. Aqui vale a pena reler o blog anterior sobre este assunto.
  4.  
A interpretação tem sempre que ser pensada, não basta sentir. Todo artista pensa em qual é a melhor maneira de transmitir aquilo que pensa e sente com suas ferramentas antes de começar a obra e durante a produção sempre podem haver mudanças de interpretação. No caso do cantor sua voz é sua única ferramenta, mas é extremamente maleável. No entanto é também uma ferramenta muito delicada e insubstituível, portanto ser profissional é fundamental. Há alguns erros que se deve evitar:
  • É crença popular que para demostrar muita emoção o cantor deve colocar uma expressão extremamente tensa até ficar vermelho e suas veias saltarem. Certamente você já viu muita gente fazer isso inclusive na TV. O que esse cantor certamente vai conseguir é estourar algumas veias e um belo calo nas pregas vocais. Uma maneira de você conseguir uma ótima interpretação e começar imaginando pra quem você cantaria aquela música. Também é uma ótima oportunidade de dizer aquilo que você nunca conseguiria "na cara dura". Isso também ajuda a vencer a timidez, cante de coração para uma única pessoa e esqueça todas as outras que estejam presentes.
  • Alguns cantores religiosos, americanos principalmente, acreditam que a dor nas pregas vocais faz parte da energia empregada em louvar. Grandissíssimo engano, a dor é sinal de que um esforço exagerado está sendo feito pelas pregas vocais. Isso significa que se está trabalhando errado e como qualquer músculo elas vão se machucar seriamente. Coceira, rouquidão e canssaço são os primeiros sinais de algo está errado. Se você sentir qualquer um desses sintomas procure um otorrinolaringologista imediatamente, ele lhe dirá qual é o problema e indicara o tratamento correto.
  • Dizem que álcohol melhora a voz. Engano, o que o álcohol, assim como balas que dão sensação refrescante, faz é anestesiar as pregas vocais. Enquanto se está sob o efeito canta-se com toda desenvoltura, no dia seguinte está sem voz por conta do exesso de esforço.
Aqui estão alguns problemas sérios causados pelo mal uso da voz. Para ler o texto na integra e conhecer outros problemas relacionados a saúde vocal consulte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cancer-de-laringe/disturbios-da-garganta.php
  • Os pólipos nas pregas vocais são formações não cancerosas localizadas sobre as pregas vocais que se desenvolvem devido ao uso abusivo da voz, a reações alérgicas crônicas que afetam a laringe ou à inalação crônica de irritantes (p.ex., gases industriais ou fumaça de cigarro).
    Os sintomas incluem a rouquidão crônica e uma voz entrecortada.
  • Os nódulos nas pregas vocais (nódulos do cantor) são formações não cancerosas similares a cicatrizes localizadas sobre as pregas vocais. Eles são semelhantes aos pólipos das pregas vocais, porém mais firmes, e não desaparecem com o repouso.
    Os nódulos das pregas vocais são causados pelo uso abusivo crônico da voz (p.ex., gritar repetidamente ou cantar de modo vigoroso). O médico realiza uma biópsia para certificar-se que não se trata de um câncer. Normalmente, os nódulos das pregas vocais em crianças desaparecem somente com a fonoterapia. Nos adultos, eles devem ser removidos cirurgicamente. O único modo de se prevenir a formação de outros nódulos é a interrupção do uso abusivo da voz.
  • As úlceras de contato são lesões em carne viva localizadas na membrana mucosa que reveste as cartilagens às quais estão unidas as pregas vocais.
    As úlceras de contato geralmente são causadas pelo uso abusivo da voz com a fala forçada, sobretudo quando o indivíduo começa o seu discurso. Essas úlceras são tipicamente observadas em pregadores, representantes de vendas e advogados. O fumo, a tosse persistente e o refluxo ácido do estômago também podem causar úlceras de contato.

Quais são as suas dúvidads a respeito de interpretação?

Pesquisar este blog